sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012





Parece uma vida inteira.
É tão longe que eu quase não consigo mais enxergar.
Quase nem acredito que esteja tão longe se no meu tempo cronológico ainda é ali do lado, só virar umas duas ou três folhas do calendário.
É o pretérito mais que perfeito. Quando aprendi o que era tive a certeza de que era isso mesmo.
O passado acabado, a ação que não se repete mais.
Mesmo assim parece uma outra vida.
Talvez por ser uma outra pessoa, hoje nem saberia mais quem é você.
O amor é tão indiferente ao tempo que mesmo quando ele é curto parece ser longo e mesmo quando ele é longo dura 3 segundos.
Somos feitos de todas essas estações, de chuva e frio de calor e sol. Parece um disco riscado que repete a mesma melodia, mas tá mais pra CD sertanejo que fala de modo diferente sempre do mesmo tempo.
Tem frases que se repetem, tem umas que a gente nunca esquece.
Ou esquece mesmo porque sempre tem aquele momento em que parece uma outra vida, bem distante dessa aqui.
Primeiro amamos quem nos dá o cuidado, depois amamos o amor, então amamos quem cuidamos e no final só podemos amar o que nos resta. E geralmente só nos resta a nós mesmos.
O amor vai se transformando conosco. Somos ele, afinal. 
Faço as mesmas perguntas, perco o sono pelo mesmo motivo, choro, grito e devaneio, e mesmo assim quando me recordo: parece que já passou uma vida inteira.

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