quinta-feira, 15 de abril de 2010

Excesso de Bagagem




Preciso chorar.
Urgente e compulsoriamente.
Preciso de um travesseiro e de uma música, e preciso chorar muito.
De alívio, de saudade, de raiva, de frustração, de alegria, de amor, de medo.
Estou pensando na última vez que eu chorei, faz tanto tempo. Eu lembro por quem, mas eu não lembro o porque.
Hoje eu não choro mais pelas mesmas coisas que eu já chorei, hoje eu só quero chorar. Lavar a alma, aliviar o espírito.
Queria descarregar as malas, acho que a gente fica tão pesada conforme a vida vai passando. Uma lembrancinha aqui, outra ali, duas malas a mais e assim por diante.
A bagagem vai pesando.
Por isso eu queria chorar hoje. Não por tristeza, definitivamente não estou triste, mas por descarrego, por limpeza.
É engraçado, a pouco tempo atrás eu chorava toda a noite e perguntava pro meu Pai quando que isso teria um fim. Teve um fim, o dia chegou. E agora eu tento desesperadamente chorar.
Extorquir uma lágrima, uma careta, um gemido.
Eu tenho medo da morte, tenho medo de que as pessoas que eu amo morram sem saber que eu as amava, que eu rezava e pedia por elas. Tenho medo que elas morram sem uma palavra de afeto. Eu tenho medo de morrer. Tudo bem, até o Chico teve medo. Na hora H todo mundo tem medo.
Escrevi sobre isso, porque exatamente no momento que eu comecei a escrever esta crônica, soube de uma história de morte, a história da morte de um amor. Um amor secreto que todos sabiam, mas um amor.
Talvez eu esteja errada, talvez um amor nunca morra.
Talvez eu chore por isso também.







=)

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