terça-feira, 26 de julho de 2011

O Salto





Por que a vontade de se jogar toda vez que encontramos um abismo?
Por quer correr para o fogo?
E a vontade de se deixar levar quando estamos nos afogando?
E a paralisia diante do perigo?
Aonde vai parar todo o nosso instinto de sobrevivência nessas ocasiões?
É incrível o quanto o nosso corpo tem instintos de auto-destruição.
Quanto mais perigosa a situação, mais atraente. Aquela vontade louca de se jogar da janela do 14° andar, a vertigem de estar com os pés na ponta de um precipício enorme. O maravilhoso frio da barriga na monta-russa. Esse frio que nos faz entrar na fila pra andar de novo, de novo, de novo e de novo.
Não é assim também com os nossos erros?
Você vê que a situação está se repetindo, que está tudo errado, e qual é o seu maior desejo?
Simplesmente se jogar e nem ligar o GPS. Se perder, não ter noção de onde essa história possa te levar.
Sempre insatisfeitos com o que temos, sempre vendo a grama mais verde do outro lado. Queremos sempre estar em uma aventura diferente, sempre imaginando que dessa maneira seria muito melhor. Nunca queremos a nossa vida, sempre queremos correr em direção ao fogo.
Até o dia em que nos queimamos, em que não parece nada aventureiro quando somos massacrados pelo destino, quando nosso coração é despedaçado por palavras, ou quando nossos olhos não conseguem acreditar no que estão vendo.
Ou seja, quando quebramos a cara no chão. Aí se jogar do precipício não parece nem um pouco atraente. E pensamos: mas afinal o que eu estou fazendo da minha vida?
Bom aí o instinto de sobrevivência aparece. A vontade juntar os cacos, de se proteger.
Não existe maneira de parar o ciclo, simplesmente vamos passando por isso até nos tornarmos os nosso avôs e aprendermos a lidar com a vida.
Talvez plantando flores em canteiros, ou fazendo exercícios ao ar livre, mas até lá esqueça, quando você mais precisar o seu instinto vai falhar.. e lá vai estar você com os pés prontos para saltarem.

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